quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quem vai ler essa merda?

O título foi tão poderoso que magnetizou tudo em mim. Tive vontade de mergulhar naquele magro livro de poesia e mergulhei. Estava no canto do escritório de meus pais, envelhecendo, como tenho envelhecido. É brabo, pensei eu, ainda impregnado pelo lirismo daquele título. Na primeira leitura, desconcertei-me. Acostumado à autores de livros de poesia patéticos que não comovem minha alma, furtou-me o momento toda dureza que propus. Primeira estrofe, novidade. Segunda, novidade. Até o final da poesia, novidade. Como aprendi! Quantas figuras simples! Quantos significados, simples. Que catastrófica aquela simplicidade. De roer as unhas. Simples. Adequado. Sofisticado. Ah, se toda merda que eu lesse fosse assim. Não citarei o autor, mas se lerem título semelhante, não deixem de ler.